O que é Zero UI?
As interfaces estão acabando? Entenda o termo “Zero UI” e o que ele significa para nós, designers.
As interfaces estão acabando? Entenda o termo “Zero UI” e o que ele significa para nós, designers.

Uma rápida pesquisa pelo Google mostra que há algum tempo fala-se sobre Zero UI (zero user interfaces) e o que será da profissão de designer quando as telas desaparecerem.
Mas Zero UI não significa a extinção completa das interfaces; significa apenas o fim das interfaces como as conhecemos hoje.
Pense no seguinte por alguns instantes: hoje as interfaces só existem porque os computadores são “burros”.
Então nós, humanos, seres inteligentíssimos, precisamos ir lá e dar instruções ao computador. Antigamente a única forma de fazer isso era decorando comandos e digitando nossas intenções em uma interface como essa aqui:

Com o passar do tempo, desenhamos interfaces visuais mais amigáveis que nos ajudaram a realizar as mesmas tarefas de forma muito mais simples.

E mais recentemente, de forma mais simples ainda:

Nesse processo de evolução da tecnologia, as interfaces visuais que conhecemos hoje passam a assumir um papel secundário, de background, dando espaço para engajarmos com as coisas que são realmente importantes para nós — outros humanos, os espaços físicos que habitamos, a natureza, a sociedade.
Zero UI é justamente o nome do processo de desaparecimento das interfaces visuais, para dar espaço a outros tipos de interface. De voz, de movimento, de eyetracking, de ondas cerebrais, entre outras. Ou seja, o termo “zero UI” por si só está incorreto, porque a interface não deixa de existir. Mas por agora, como forma de educar a nossa indústria e provocar os designers sobre essa mudança tecnológica iminente, funciona.

E o que isso significa para nós designers?
Que as experiências que estamos desenhando (e as interfaces que as controlam) estão se tornando muito mais complexas — já que têm que tomar em consideração muitos outros aspectos do comportamento humano.

Os princípios de design continuam os mesmos: desenhar experiências que sejam fáceis, intuitivas, agradáveis, e sutis. Só o que muda é o material que usamos para fazer essas experiências acontecerem.
O que esperar enquanto designer:
Muito menos software que desenha pixels (Photoshop, Sketch, Illustrator), e muito mais software que desenha fluxos de interação.
Muito, mas muito mais testes. Testes internos enquanto algo está sendo desenhado (afinal, não basta apenas “olhar para o layout” para ver se funciona), testes de controle de qualidade, e testes com usuários.
O surgimento de outros tipos de especialização na nossa indústria, como verbal designer, designer conversacional, designer de gestos.
Nosso papel enquanto UX Designers continua exatamente o mesmo: identificar necessidades e desejos da nossa audiência, pensar em produtos, serviços e features que entreguem essas demandas, pensar estrategicamente e prototipar essas interfaces, e depois testar com usuários para aprimorar a experiência a cada novo ciclo.
Preparado para entrar de cabeça nessa?
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brasil.uxdesign.cc